O VI Summit Brasil abordou a importância dos biofármacos no enfrentamento da pandemia, os impactos da COVID-19 nos investimentos público e privado em pesquisa e desenvolvimento no Brasil e a extrema dependência externa de insumos.
Norberto Prestes, Presidente Executivo da Abiquifi (Associação Brasileira das Indústrias de Insumos Farmacêuticos) abriu o VI Summit Brasil com o seguinte discurso: ‘A biotecnologia e as soluções digitais têm sido consideradas cada vez mais as principais ferramentas para o desenvolvimento de terapias mais eficazes no combate às doenças e ampliar o acesso à saúde. Estudo do BNDES revela que atualmente mais de 40% dos medicamentos em desenvolvimento no mundo podem ser classificados como biofármacos. Segundo a professora Suy Anne, a biotecnologia não é uma bolha especulativa que explodirá como aconteceu com a internet nos anos 90. A biotecnologia é uma expressão industrial de um movimento poderoso na história da ciência que já está há 60 anos em formação. É a biotecnologia que está impulsionando a indústria farmacêutica que já representa mais de 20% das vendas do setor. Um potencial que tem sido reconhecido pelos investidores especialmente após o início da pandemia, quando ações de empresas de biotecnologia bateram recorde mundial.’
O intuito do VI Summit Brasil é ser uma vitrine do mercado brasileiro de saúde para pesquisadores, empresas, startups e governo que investem em ciência e tecnologia, pois apresenta uma visão geral do setor de biotecnologia nacional e as oportunidades oferecidas ao investimento estrangeiro nesse setor.
O evento é organizado pela Abiquifi e pela Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e de Investimentos) no âmbito do projeto Brazilian Pharma & Health (BPH), e acontece anualmente durante a BIO International Convention, maior evento de biotecnologia do mundo. Por causa da pandemia da COVID-19, ambos os eventos aconteceram em formato virtual em 2020 e 2021.
O Embaixador José Buainain Sarquis, Secretário de Comércio Exterior e Assuntos Econômicos do Ministério das Relações Exteriores, também participou da abertura do evento. Ele apresentou um panorama da atuação do Itamaraty e do Governo no setor e trouxe dados importantes: ‘O pujante ecossistema de empresas inovadoras de base tecnológica no Brasil tem contribuído para inovações tecnológicas na área de biomedicamentos. Mesmo diante das restrições impostas pela pandemia, em 2020 as startups captaram mais de US$ 3.5 bilhões, valor 17% superior a 2019. O Brasil concentrou 90% dos investimentos da América Latina em 2020 nesse segmento. O número de startups brasileiras saltou de cerca de 3.000 em 2015 para mais de 13.700 (?). Neste período, o número de startups atuantes na área de saúde, as health techs, saltaram de 17 para 542. O Brasil já conta com ambiente de inovação como incubadoras e aceleradoras tecnológicas exclusivamente dedicadas a oferecer o apoio necessário à criação de empresas tecnológicas de saúde. O Governo Federal tem empreendido diversas ações de apoio às startups (?). Na última terça-feira, 1º de junho, o presidente Bolsonaro sancionou o Marco Legal das Startups, com o objetivo de criar ambiente regulatório favorável para empresas inovadoras.’
Augusto Pestana, Presidente da Apex-Brasil, destacou em sua fala a atuação da instituição nesse setor: ‘Vamos seguir nos três eixos fundamentais para a atração de IED. O 1º vai ter esse foco claro nos gaps da cadeia, na facilitação de novos investimentos de empresas estrangeiras que ainda não estão instaladas no Brasil. E o nosso papel é colaborar nessa questão de fazer a conexão com atores do mercado para formação de parceiras, apresentação aos entes subnacionais, para que as empresas possam então tomar a decisão do seu site location. O 2º, tão ou mais importante, é do aftercare, com foco na facilitação de projetos de expansão e reinvestimento de empresas que já estão instaladas no Brasil, de modo que aqui ampliem sua produção. E o 3º é o mapeamento e a segmentação das startups nacionais de saúde. (?) E nós temos aqui exemplos, como a própria BIO Convention e o Corporate Venture, que são eventos em parceria com a Abiquifi e Biominas, onde as startups são capacitadas para ampliar suas perspectivas de êxito no mercado internacional.’
A programação do evento incluiu três painéis + pitches de startups:
Painel 1: Biomedicamentos no Enfrentamento da Pandemia e suas Consequências: Vacinas e Tratamentos Painel 2: Os Impactos da Covid19 nos Investimentos Público e Privado em Pesquisa e Desenvolvimento no Brasil Painel 3: A Dependência Externa de Insumos, Medicamentos e Equipamentos: Qual o Impacto Desta Dependência no Tratamento da População Brasileira? Pitches Startups: Mapeamento de ‘Hidden Champions’ da Saúde no Brasil
O evento reuniu também outros nomes de peso em sua programação:
Gustavo Mendes, Gerente-Geral de Medicamentos e Produtos Biológicos na Anvisa; Marco Aurélio Krieger, Vice-Presidente de Produção e Inovação em Saúde na Fiocruz; Cristiano Gonçalves Pereira, Gerente de Inovação do Instituto Butantan; Cristian Madoery, Diretor LATAM de Life Sciences da Clarivate; Marcelo Morales, Secretário de Pesquisa e Formação Científica do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações; Helena Faccioli Lopes, CEO da Farmacore; Paulo Fernandes, Presidente da Diretoria Executiva da ABRACRO; Thiago de Mello Moraes, Coordenador-Geral de Saúde e Biotecnologia do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações; Mirna Poliana, Assessora parlamentar na Liderança do Governo no Congresso Nacional; Eduardo Rocha, C&O Natcofarma, Membro do conselho Synova/Sorrento; Ogari Pacheco, Cofundador do Laboratório Cristália. Mapeamento de ‘Hidden Champions’ da Saúde no Brasil
Com o apoio da Biominas Brasil, a Abiquifi e a Apex-Brasil, através do BPH, realizaram recentemente um Mapeamento de Startups nacionais com foco em segmentos específicos do setor de saúde considerados atrativos e relevantes para a atualidade. Além disso, foram consideradas no mapeamento apenas startups com um nível de maturidade tecnológica minimamente avançado (Technology Readiness Level > 4).
Essas startups foram chamadas de ‘hidden champions’ (campeãs ocultas), e o intuito desse estudo é ampliar a atração de investimentos e a internacionalização de soluções brasileiras. Aqui você pode saber mais detalhes sobre como foi feito esse Mapeamento.
Foram mais de 80 startups inscritas, e algumas destas foram selecionadas para realizar um pitch no VI Summit (startups Celluris, epHealth, InsilicAll, NAIAD, Nanoceuticals, Laura) e outras tiveram oportunidade de se apresentar no Innovation Day da BIO Digital (startups Bioptamers, Glucogear, GnTech, PHP Biotech, RT Medical Systems).
Você pode assistir aos pitches das startups pela gravação do evento (link logo a seguir, nesta página).
Revista bioBr
Os participantes do VI Summit Brasil receberam em primeira mão a 5ª edição da Revista bioBr, que reuniu os importantes assuntos que permearam as discussões do evento e da BIO Digital 2021, dando ênfase especial para os impactos da COVID-19, como: oportunidades geradas pela pandemia, importância da biotecnologia no combate à pandemia, transformações regulatórias, entre outros. Essa edição trouxe ainda algumas das startups ‘hidden champions’ que participaram do Mapeamento.
Fonte: Biominas Brasil