América Latina teve um aumento de 4.700% na liberação de financiamentos entre 2015 e 2021
Capa do estudo realizado em parceria da Abiquifi/BPH com a ApexBrasil
Mostrar os melhores caminhos para conseguir investimentos em pesquisas e desenvolvimento de novos produtos farmacêuticos a partir da biodiversidade. Esse foi o objetivo do estudo apresentado durante o webinar promovido pelo Projeto Brazilian Pharma & Health e pela Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi).
Os dados que constam do documento “Fundos de Investimento para o Financiamento de Pesquisa e Desenvolvimento de Novos Fármacos Baseados na Biodiversidade” apontam que o setor farmacêutico vive um período de crescimento, impulsionado pela pandemia de Covid-19.
Em 2021, os investimentos mundiais em inovação em saúde tiveram uma forte alta, atingindo US$ 44 bilhões. O futuro é promissor para área de biotecnologia farmacêutica. As vendas desse segmento que hoje estão em 39% no mundo devem saltar para 44% até 2026. Essa indústria deve crescer impulsionada pelo aumento de pedidos para testes clínicos e aprovação de medicamentos biológicos.
No caso específico da América Latina, empresas da área de saúde vem conseguindo mais acesso à financiamentos. Um aumento de 4.700% na liberação de dinheiro entre 2015 e 2021. A indústria farmacêutica do Brasil está na 10ª posição entre as mais destacadas do mundo.
“O segmento de healthtecs tem contribuído efetivamente para o desenvolvimento do setor de saúde e biofarmacêutico na América Latina e no mercado brasileiro. Ao cruzarmos com o dado de que 80% das empresas brasileiras já incorporam a inovação aberta na agenda estratégica, nós conseguimos perceber que o Brasil tem muito potencial para desenvolver um ecossistema muito inovador na área de healthtec. Isso iria permitir colocar o país numa posição de mais competividade neste setor, ao lado de economias importantes, como é o caso dos Estados Unidos”, diz Liliana Silva, uma das coordenadoras da pesquisa.
O estudo mostra também que mais de 50 fundos de investimentos têm foco em projetos que envolvam a biodiversidade ou o setor de saúde. A maior parte deles foi classificada e dividida entre privado ou de capital de risco, mutualistas ou de subvenção públicos internacionais.
“O que nós conseguimos perceber é que esses fundos priorizam projetos que estão centrados em três pilares essenciais. Isso significa que além de ações de preservação da biodiversidade, precisam combater as alterações climáticas, que procurem proteger o meio ambiente e que simultaneamente tenham um forte impacto social. Os projetos precisam ter uma abordagem mais abrangente e que olhem o meio ambiente como um todo”, explica Liliana.
Biodiversidade será um os temas da Abiquifi na BIO 2024
O presidente executivo da Abiquifi Norberto Prestes foi quem abriu o webinar que tratou de investimentos e biodiversidade. Além detalhar o processo de amadurecimento que o setor vem passando, falou sobre a expectativa internacional em torno do Brasil. E, por último, adiantou que a biodiversidade terá destaque no Pavilhão Brasil na BIO Internacional Convention 2024, que será entre os dias 3 e 6 de junho, em San Diego na Califórnia. “Nós teremos uma parte dedicada à biodiversidade no nosso pavilhão e nas nossas discussões. Uma forma de alavancar de maneira consistente e permanente esse assunto. Esperamos colher bons resultados”, diz Norberto.
A gestora do projeto Brazilian Pharma & Health falou na sequência e explicou como funciona a parceria há mais de 11 anos da Abiquifi com a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).
Jéssica Cerqueira destacou que o estudo “Fundos de Investimento para o Financiamento de Pesquisa e Desenvolvimento de Novos Fármacos Baseados na Biodiversidade” é resultado de uma ação programada no convênio passado que buscava apresentar as oportunidades para a atração de investimentos dentro do âmbito da biodiversidade.
Na apresentação Jéssica trouxe o calendário de atividades da associação para 2024, que prevê a realização de novas feiras internacionais, principalmente voltadas para a frente de saúde animal. “O projeto (com a Apex) se encerrou no fim do ano passado, mas já estamos em processo de renovação para mais um ciclo (2024-2026)”, esclarece Jéssica.
Marcos Valadares, o mais novo integrante do time da Abiquifi, propôs uma reflexão sobre oportunidades de atração de investimento na frente de biodiversidade. O consultor de investimento da associação chama atenção para a capacidade atual de poder monitorar com mais eficiência espécies animais e vegetais e conseguir entregar valor para a parte final da cadeia farmacêutica.
“Eu entendo que o Brasil está numa posição privilegiada porque possui a maior biodiversidade do planeta. Temos interesse de acessar esse mercado farmacêutico que traz benefício econômico e para os pacientes daqui ao ter acesso à tecnologia aplicada no desenvolvimento do medicamento”, defende Valadares.
Abaixo você pode assistir como foi o webinar completo que apresentou o estudo que mapeou fundos de investimento interessasdos em financiar novos produtos que usam a biodiversidade brasileira.