A cooperação técnica entre órgãos públicos e empresas brasileiras e colombianas, bem como o diálogo regulatório acerca da cannabis medicinal, pautaram a Missão Colômbia organizada pela Associação Brasileira de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi) em parceria com a Apex Brasil, realizada de 10 a 12 de novembro, em Bogotá, com a importante presença do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Anvisa, Embrapa, Conselho Federal de Química (CFQ) e BKIF, além de executivos do Aché, Biolab, Centro Flora, EaseLabs, Eurofarma, FarmaUSA e Vettiva.
A Abiquifi foi representada na Missão pela Head de Assuntos Estratégico e Coordenadora do Grupo de Trabalho de Cannabis, Carolina Sellani; e o coordenador de Negócios Internacionais e Estratégicos, Gabriel Doy.
No primeiro dia de programação, as discussões tiveram como objetivo alinhar as experiências regulatórias e criar base técnica para recomendações ao processo brasileiro de regulamentação, a partir de temas como controle do cultivo, licenciamento, rastreabilidade, avanços da revisão da RDC 327 e pesquisa científica.
No painel “Estrutura Regulatória da Colômbia: Licenciamento e Rastreabilidade – Regras para cultivo, processamento e exportação”, participaram Mario Leonardo Murcia Sanguino, diretor de Medicamentos do Instituto Nacional de Medicamentos e Alimentos (Invima); Juan José Gómez, do Controle de Sementes do Instituto Colombiano Agropecuário (ICA); e Jhon Alonso Ríos, da Subdiretoria de Controle e Fiscalização de Substâncias Químicas e Narcóticos do Ministério da Justiça da Colômbia.
Outro destaque da programação foi o painel que trouxe informações valiosas sobre a atualização da RDC 327 da Anvisa, com a presença de Ana Paulo Porfirio (Ministério de Agricultura), Daniela Bittencourt (Embrapa), João Paulo Perfeito (GMESP-Anvisa) e Luciana dos Santos (GPCON – Anvisa).
“A Missão aconteceu em um momento estratégico, uma vez que no dia 6/11 foi confirmada a prorrogação do prazo para a regulamentação do cultivo de cannabis no Brasil, o que tornou os debates ainda mais relevantes para o avanço técnico e institucional do tema, reafirmando o compromisso de ambos os países com a construção de marcos regulatórios sólidos, seguros e tecnicamente embasados, que garantam qualidade, rastreabilidade e previsibilidade para o setor”, destaca Carolina Sellani.
Presente na delegação brasileira, o conselheiro federal do Conselho Federal de Química (CFQ), Ubiracir Lima, destacou o trabalho colaborativo entre indústria, por meio da Abiquifi, e os orgãos públicos brasileiros e colombianos. “Importante participar da Missão para termos a visão de um outro país que está mais avançado no tema sobre a cannabis, um insumo que tem se tornado cada vez mais importante. Aprendemos muito e voltaremos ao Brasil com dados maravilhosos. Parabéns à Abiquifi”.
Mario Leonardo Murcia Sanguino, diretor de Medicamentos do Instituto Nacional de Medicamentos e Alimentos (Invima), orgão regulador colombiano, ressaltou a troca de experiências entre Brasil e Colômbia, levando em consideração a expertise de cada país. “É só o começo de muitas coisas futuras para uma harmonizaçãom regulatória entre os dois países. Foi muito gratificante participar”.
Juan José Gómez, do Controle de Sementes do Instituto Colombiano Agropecuário (ICA), segue a mesma linha de raciocínio e reitera a importância da cooperação entre os dois países. “Foi muito enriquecedor para identificar fortalezas do marco normativo de cada país, desde o processo de cultivo até a fabricação de produtos”.
Parcerias estratégicas
Prospecção de novos negócios e conhecimento prático. O segundo dia da Missão Colômbia contou com uma Rodada de Negócios com mais de 40 reuniões entre empresas brasileiras e colombianas.
A delegação brasileira também teve a oportunidade de visitar as instalações da Tarkus Pharmalab, empresa colombiana que se posiciona como o primeiro laboratório farmacêutico de cannabis medicinal do país, especializada no desenvolvimento, produção e exportação de matérias-primas e produtos acabados derivados do cannabis para mercados regulamentados, como o Brasil e países da Europa e Austrália.
“Foi importante observar um processo produtivo grau farmacêutico desde a parte da extração até o envase do produto final”, afirmou Carolina. “A visita nos permitiu entender melhor como funciona essa conexão entre a empresa que compra o material vegetal e os cultivadores, identificando quais controles eles precisam garantir para serem fornecedores da indústria”, completou.
Sellani também ressaltou a relevância da visita para o amadurecimento técnico do setor brasileiro.
“É uma experiência muito rica, que mostra como as etapas produtivas e regulatórias se integram — desde o cultivo com finalidade farmacêutica até a produção em instalações validadas e regularizadas”.
Experiência prática
No terceiro e último dia, os participantes visitaram a planta da EaseLabs, empresa certificada internacionalmente para o cultivo e processamento de cannabis em grau farmacêutico, a fim de vivenciar a experiência prática da Colômbia a partir do melhor entendimento da infraestrutura e do modelo de controle aplicado ao cultivo e processamento da cannabis, da pesquisa e desenvolvimento à extração e padronização.
“Foi muito interessante poder ver, na prática, o tema do cultivo regular de grau farmacêutico, que a gente tinha discutido no primeiro dia com as instituições. Pudemos ver funcionando toda a tecnologia investida para garantir o melhor controle possível do material vegetal que vai se transformar em produto farmacêutico”, disse Carolina Sellani, Head de Assuntos Estratégicos da Abiquifi e coordenadora do Grupo de Trabalho de Cannabis.
Projeto Brazilian Pharma & Health (BPH)
A Missão Colômbia foi realizada no âmbito do Projeto Brazilian Pharma & Health (BPH), fruto da parceria entre Abiquifi e a ApexBrasil, cujo objetivo principal é jogar luz internacionalmente à indústria brasileira de insumos farmacêuticos, biotecnologia e saúde aos principais mercados globais, a partir de oportunidades de negócios e acesso a novas parcerias.
O Projeto proporciona às empresas instaladas no Brasil o suporte necessário para a participação em feiras internacionais, missões comerciais e atividades de promoção em mercados-alvo, facilitando a inserção das empresas brasileiras em mercados internacionais, ampliando suas oportunidades de exportação e conectando-as com parceiros e clientes globais.
Clique aqui para mais informações sobre o BPH.

Por bioBR