A maior sinergia entre indústria de insumos farmacêuticos e a academia norteou a reunião entre Abiquifi e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) realizada na terça-feira (16/12), em Brasília (DF). O presidente-executivo Norberto Prestes e a gerente do Programa de Inovação Radical da entidade, Flávia Albuquerque, foram recebidos pelo presidente Olival Freire Junior e Marcio Ramos de Oliveira, coordenador Geral de Promoção à Inovação e ao Transbordamento do Conhecimento.
A reunião foi um desdobramento do encontro promovido pela Abiquifi com as empresas associadas, CNPq e Finep, no início de dezembro, onde foram discutidas sugestões para formação e integração de equipes de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) voltadas à soberania sanitária e ao fortalecimento da base tecnológica nacional.
A Abiquifi aproveitou a ocasião para entregar um ofício ao CNPq com recomendações que vão desde o fortalecimento da articulação entre CNPq, CAPES, FINEP, MCTI e Ministério da Saúde, alinhando programas às demandas estratégicas do setor de saúde; até à integração entre pós-graduandos, docentes e empresas em projetos cooperativos com foco em inovação aplicada para o desenvolvimento de novos produtos em saúde.
“Não existe soberania nacional sem uma indústria forte e pujante. Para isso, precisamos ampliar as capacitações em ciência regulatória, propriedade intelectual e gestão da inovação, essenciais para a inserção de pesquisadores na indústria, estimular programas de atração de talentos brasileiros no exterior e o mapeamento de competências científicas e tecnológicas”, afirma Norberto Prestes.
Fixação de doutores no Brasil
Durante a reunião, o presidente do CNPq apresentou a recente iniciativa lançada pelo Conselho: O Profix Conhecimento Brasil, um programa de apoio à fixação de doutores no Brasil, resultado de parceria entre CNPq, Capes e Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (FAPs). Serão oferecidas cerca de mil bolsas no valor de R$ 13 mil mensais, com duração de 48 meses, totalizando um investimento aproximado de R$ 624 milhões, provenientes do FNDCT, no âmbito do programa Conhecimento Brasil.
“Trata-se de um instrumento que poderá reduzir as lacunas de recursos humanos qualificados nas empresas, ao promover a formação avançada e a inserção de profissionais altamente capacitados nos setores da saúde e farmacêuticos. Ao aproximar ciência, tecnologia e setor produtivo, o programa fortalece a capacidade de inovação das empresas, transforma conhecimento em soluções concretas e contribui para a competitividade, a soberania tecnológica e o desenvolvimento sustentável do país”, afirmou professor Olival Freire.
CNPq sob nova gestão
O professor Olival Freire Junior assumiu a presidência do CNPq no início de dezembro.
Físico e historiador da ciência de projeção nacional e internacional, Olival ocupava, até então, a Diretoria Científica do CNPq. Anteriormente, foi pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da Universidade Federal da Bahia (UFBA) entre 2014 e 2019, onde coordenou o Programa de Internacionalização da instituição.
O presidente do CNPq é formado em Física pela UFBA, mestre em Ensino de Física pela Universidade de São Paulo (USP), doutor em História Social pela USP.

Por Flávia Albuquerque
Por bioBR