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Resultado preliminar do FIP-Saúde marca avanço no financiamento à inovação em saúde

No dia 05 de agosto, o BNDES, FINEP e Fundação Butantan tornaram público o resultado preliminar da escolha do gestor para o fundo de investimento em participações (FIP) no complexo econômico e industrial da saúde (FIP-Saúde).

O consórcio composto por Kortex Ventures e IKJ ficou em primeiro lugar seguido pela GreenRock em segundo lugar. O edital contou com a participação de 12 propostas no total e a segunda fase do edital selecionou 5 propostas para apresentação oral da tese de investimento com o resultado que foi divulgado ontem.

A iniciativa para a formação do fundo de investimento em participações é muito bem-vinda e vem ao encontro de uma necessidade alarmante no nosso ecossistema: falta de capital de risco para financiar ideias inovadoras com grande densidade tecnológica no setor de saúde. Historicamente, a inovação deveria seguir um percurso desde sua concepção em ambientes acadêmicos até o mercado passando por entidades pequenas e versáteis, mais comumente chamadas de startups, cujo o propósito único é tornar uma ideia disruptiva em produtos/serviços que melhoram a vida das pessoas de alguma forma. No caso do setor da saúde, as inovações com adensamento tecnológico (chamadas deep techs) assumem contornos ainda mais relevantes pois tais empresas se propõe a gerar medicamentos, tratamentos, dispositivos médicos, testes diagnósticos e outros tantos que impactam diretamente a vida das pessoas para bem. Acontece que os poucos ousados empreendedores da área no Brasil encontram um vácuo de financiamento que tantas vezes torna impeditivo o processo transformação da ideia potencial em produto no mercado. Ao saírem do ambiente acadêmico, existe pouco (muito pouco) capital de risco disponível para investir em tecnologias que exigem alta demanda de capital e longos ciclos de desenvolvimento. O resultado final disso é que quase nenhuma inovação do setor é desenvolvida no Brasil gerando uma dependência do mercado externo. 

Este fundo é um passo importantíssimo no processo de criação de um ambiente de investimento em tecnologias disruptivas no setor da saúde. O fato de 12 propostas terem sido enviadas demonstra que existe um apetite para o assunto que deve ser fomentado mas é necessário que mais ações sejam tomadas para favorecer o investimento de capital privado no país dentro do setor (como diminuição da taxa de juros, diminuição da taxa de impostos para importação de produtos e serviços não existentes no país, etc). Sem o envolvimento de capital privado, nenhum país é capaz de catapultar seu ecossistema de inovação para uma posição de protagonismo global. 
Importante acompanhar melhor compreender as teses de investimento que serão resultantes desse consórcio, pois o sucesso da iniciativa está intimamente relacionada ao sucesso do portfólio desse grupo. Precisamos ter cases de sucesso para gerar um momento positivo de investimento para o setor.

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